Poucas pessoas que estavam na Câmara de Vereadores ou assistiam a sessão online na noite desta terça-feira, 7 de novembro, poderiam imaginar que o senhor que adentrou no recinto, de roupa branca, boné virado pra trás e cordão de umbanda no pescoço, iria sintetizar séculos de história da cultura negra em apenas 10 minutos. Mas, foi exatamente isso que Antônio Carlos Manoel, o Nem da Capoeira, fez. Representando o grupo Akitundê, Mestre Nem contou de forma bem direta, o que foi e é ser negro ou negra no Brasil.
Mestre Nem aproveitou bem o espaço chamado de Tribuna Popular e fez um relato histórico e pessoal, que foi de Zumbi dos Palmares a Martin Luther King Júnior chegando aos tempos de hoje, dando exemplos atuais, como os episódios lamentáveis que envolvem pessoas negras, como o jogador Vinícius Júnior.

“Eu sou e fui um defensor da causa negra. Mas, quando eu comecei era época de ditadura militar. A gente tinha medo do rapa. Eu mesmo fui parado algumas vezes pela polícia. Pegavam a minha identidade. Jogavam no chão. E logo que eu ia pegar, recebia chutes. É isto. Hoje é mimimi? Não é. Jamais será. Como diria Luther King, os oprimidos que busquem libertação,” refletiu Mestre Nem.
Dia 20 de novembro
O Mestre de Capoeira e líder de movimentos sociais deu muitas aulas durante a sua fala e uma delas foi a explicação do surgimento do dia 20 de novembro. Neste dia, negros e negras debatem o que é ter uma consciência negra.
Quem não assistiu a reunião da Câmara pode assistir no site da Câmara o depoimento de Antônio Carlos Manoel. Clique aqui.
