A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte da escrivã Rafaela Drummond (31) na sexta-feira (09/06, registrada como suicídio.
Denúncia de assédio
A morte de Rafaela, lotada na delegacia de Carandaí, vem repercutindo fortemente em todo o estado depois que começaram a circular áudios e um vídeo em que a escrivã relata pressão psicológica e assédio moral que estaria sofrendo no ambiente de trabalho. Ela encaminhou as gravações a uma amiga com o pedido de que fossem amplamente divulgadas. A profissional relata a sobrecarga de trabalho imposta aos escrivães, que não seriam valorizados. Diz, ainda, que os trabalhadores sofrem retaliações internas caso ousem se insurgir contra a situação. Em outro trecho, Rafaela Drummond afirma que foi vítima de assédio sexual por parte de um colega de trabalho.
O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais informou que vem recebendo diversas denúncias sobre o caso. O presidente da entidade, Bruno Viegas, em vídeo publicado no Instagram da entidade, informou que o sindicato está cobrando das autoridades competentes a abertura de sindicância para o esclarecimento dos fatos e punição aos supostos assediadores. Bruno Viegas teria recebido a informação de que outros servidores lotados na delegacia de Carandaí também teriam adoecido em consequência da pressão sofrida no trabalho.
Na esfera política, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, informou que vai propor audiência pública para debater a situação.
Nota da PC
Em nota oficial encaminhada à imprensa, a Polícia Civil confirma a instauração de inquérito disciplinar e policial para apurar as circunstâncias que levaram à morte da profissional. A Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária, por meio da Inspetoria-Geral de Escrivães, além de uma equipe da Diretoria de Saúde Ocupacional , do Hospital da Polícia Civil (HPC) , estão no município de Carandaí para acolhimento e atendimento dos servidores.
A PCMG reforça que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento clínico, dispõe do plantão psicológico, que consiste em um dispositivo de escuta especializada, sem necessidade de agendamento, serviço amplamente divulgado aos servidores.