O funcionamento do recém-inaugurado curral regional, administrado pelo CODAP (Consórcio para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba) com o apoio do Ministério Público, ainda gera dúvidas. Mais do que apenas recolher animais de grande porte, evitando por exemplo, acidentes em vias públicas e rodovias, há um propósito também de educar os proprietários, criar uma cultura de educação dos criadores, para que tenham mais responsabilidade com seus animais.
Porém, a comunidade ainda não dispõe de um instrumento para acionar o serviço em Conselheiro Lafaiete. Não foi criado ainda um número de disque-denúncia, para onde a população poderia ligar comunicando a presença irregular de animais em estradas e vias públicas. Em Itabirito, uma das cidades atendidas, já há este serviço oferecido.
E o assunto já chegou à Câmara Municipal. O vereador André Menezes (PL), ao justificar requerimento em que solicita informações sobre o funcionamento efetivo do novo curral comentou que o projeto precisa de melhorias e ser complementado.
Corroborando o posicionamento do colega, Fernando Bandeira (UNIÃO) lembrou que é de sua autoria, em parceria com o então vereador José Ricardo Círio – o Zezé do Salão, o projeto-de-lei que determina o recolhimento de animais de grande porte das vias públicas. Segundo Bandeira, foi inaugurado o curral e o caminhão-boiadeiro foi adquirido, faltando apenas que a lei seja cumprida. O vereador afirmou que animais continuam transitando a esmo e não viu nenhum sendo recolhido desde a inauguração do curral regional.
Coautor do requerimento, João Paulo Resende (UNIÃO) frisou que a criação do curral regional deriva de sugestão feita em Audiência Pública pela própria Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete. João Paulo questionou a implantação de disque-denúncias municipais em cada cidade consorciada, já que o recolhimento será feito por um único caminhão. O vereador questiona por que não se centralizou o recebimento de ocorrências sobre a presença de animais soltos nas estradas e vias urbanas.
Codap
Nesta terça-feira (06/06), o diretor de relações institucionais do Codap, Dimas Marioza, em entrevista ao Jornal Falado Carijós, explicou que o consórcio contratou uma empresa especializada, equipada com caminhões-boiadeiros e que colocou à disposição motoristas e laçadores encarregados do recolhimento dos animais de grande porte, principalmente bois e cavalos, soltos em vias públicas. Para resgatar o animal apreendido, conforme salientou Marioza, o proprietário terá que pagar multa e uma série de taxas para cobrir as despesas do curral regional durante o período de confinamento.
Quanto ao disque-denúncia, a informação inicial é de que cada município terá que montar a própria central para o recebimento de informações sobre animais vagando a esmo. No entanto, a Secretaria Municipal de Governo de Conselheiro Lafaiete alega que esta atribuição seria do consórcio.
O valor total do contrato firmado entre o município e o Codap para captura, apreensão e transporte de animais de grande e médio portes para o curral regional é de R$ 598.486,64 (quinhentos e noventa e oito mil e quatrocentos e oitenta e seis reais e sessenta e quatro centavos).