quinta-feira, maio 15, 2025
  • Sobre
  • Política de privacidade
Fato Real
Hemolab
SESC
FAME
Aniversário congonhas csn
ADESIAP
SICREDI
  • Home
  • Notícias
    • Gerais
    • Lafaiete
    • Regional
    • Polícia
  • Empregos & Concursos
  • Mundo Pet
  • Virou Notícia
  • Obituário
  • Contato
No Result
View All Result
Fato Real
No Result
View All Result

Sobre nossa sociedade doente e os ataques às escolas

1 de dezembro de 2022
in Gerais, Você Repórter
Sobre nossa sociedade doente e os ataques às escolas
Share on FacebookShare on Twitter

Estamos novamente passando essa semana pela dor de termos escolas atacadas. Para quem é professor esse luto age de maneira diferente. Eu nunca pensei em meus anos de formação e atividade pedagógica que chegaria algum momento em que eu me pegaria refletindo sobre como agir caso algo assim aconteça em local que trabalho. Sobre rotas de fuga. Sobre contenções em portas. Sobre proteger meus alunos e a mim.

Nunca pensei.

Entretanto é essa a realidade que se apresenta a nós, comunidade escolar. Pais também se deparam com pensamentos difíceis sobre a possibilidade de um dia, seus filhos, dentro da escola, estarem sob a mira de um assassino.

Por isso é importante discutir várias coisas, dentre elas a segurança dos educandários. Maneiras de dificultar mesmo o acesso de estranhos ao ambiente escolar cuidando de portões e muros mais seguros.

Porém, sem jamais esquecer: que tais medidas lidam com as consequências e que lidar com esse tipo de problema de maneira mais efetiva está diretamente relacionado a enfrentar de maneira incisiva as causas.

Salta aos olhos a radicalização que tem atingido nossa sociedade tornando a violência a saída lógica para o conflito e a frustração. Discordantes de todos os campos, mas especialmente do político e do religioso, transformados em inimigos mordazes que, se pudessem, agiriam ativamente para a eliminação do outro.

Inclusive, quando podem, não hesitam em fazê-lo. Vimos isso em mortes por causa de divergências políticas, em agressões continuadas aos povos de terreiro e seus templos e em ataques cada vez em maior número nas escolas.

Especificamente, saltam aos olhos alguns fatos que precisam de atenção e intervenção.

Primeiramente, os invasores de escolas usaram armas de parentes às quais tinham acesso fácil. Por mais cruel que possam parecer esse pensamento, é importante ressaltar que um ataque por armas brancas possui potencial infinitamente menos lesivo do que um causado por armas de fogo. Uma pessoa, seja um adolescente, seja um INCEL (os chamados celibatários involuntários), seja pertencente a alguma orientação política, radicalizada pelo mau uso das redes sociais e armada é a receita certa de uma tragédia.

Fica óbvio que é preciso, em primeiro lugar, parar com a cultura do ódio. Com a ideia de que a única saída para lidar com sentimentos negativos é eliminando quem os provoca – ou aqueles que simbolizam que os provocou, como as pessoas em uma escola no caso dos que alegam bullying como causa para a violência.

E veja: não estou de maneira alguma desqualificando o bullying como algo terrível para o indivíduo. Vendo no dia a dia da escola a dor que ele causa não quero d diminuir a importância de seu impacto psicológico em quem o sofre.

Mas há algo que digo repetidamente: em casos de bullying não é possível apenas achar que se resolvam os problemas punindo agressores e acolhendo momentaneamente as vítimas. É preciso trabalho de equipe multidisciplinar para, em um primeiro momento, identificar causas do comportamento agressivo em quem o faz – mas também para fortalecer a vítima, para que ela não internalize o sofrimento transformando-o em uma bomba relógio que poderá explodir quando houver possibilidade para tanto.

É preciso que professores e demais profissionais da educação sejam treinados para lidar com esses casos. Vejam os países nórdicos e sua política bem-sucedida de combate à violência nas escolas como exemplo.

É preciso evitar a formação da tempestade perfeita.

Para isso, não é necessário apenas agir dentro das escolas: é urgente repensar essa cultura de ódio e aprofundar o entendimento de que a melhor solução para os conflitos não reside em atos violentos. É ainda preciso regular cuidadosamente o acesso às armas de fogo dificultando para quem quer cometer crimes, sejam quais forem.

São imprescindíveis ações governamentais e de polícia para impedir a proliferação de grupos radicais dispostos a conseguir adeptos tanto no mundo real quanto no virtual.

Mais do que isso: temos que nos reeducar enquanto sociedade, talvez buscando inspiração em Maria Montessori, médica e educadora italiana, que já demonstrava a importância de educar para cooperar e não para competir quando visamos uma sociedade mais pacífica.

Ajamos mesmo no campo individual: está vendo alguém defender a eliminação de opositores políticos? De pessoas de outra religião? De pessoas LGBTQIA+? Denuncie aos órgãos competentes – buscando formas de impedir que esse tipo de discurso penetre na sua mente, na sua vida e no seu entorno.

Observou sinais de radicalização naqueles que o cercam? Atente-se ao comportamento e aos sinais: encaminhe para ajuda psicológica e médica.

Não podemos mais ficar inertes enquanto radicais se sentem livres para divulgar suas ideias que acabam na morte de nossas crianças e professores dentro das escolas: lembrando sempre que tais mortes são o horror. Mas são apenas a consequência do adoecimento atroz de nossa sociedade que se torna cada vez mais violenta e com licença para isso.

Curemo-nos.

Profa. Érica
@ProfaEricaCL

UniFASar

ERM



Ponto de Partida

Fato Real

Copyright © 2023 Fato Real.

  • Sobre
  • Política de privacidade

Siga nossas redes

No Result
View All Result
  • Home
  • Destaque
    • Empregos & Concursos
    • Lafaiete
    • Gerais
    • Mundo Pet
  • Notícia Boa
    • Polícia
    • Obituário
    • Regional
    • Virou Notícia

Copyright © 2023 Fato Real.

Esse website utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.