
“Uma experiência incrível”, foi assim que o ativista social lafaietense, Pablo Gonçalves descreveu os 15 dias da missão humanitária internacional, em Checacupe na região dos Andes peruanos.
Uma equipe formada por 36 pessoas, de todas as partes do Brasil, rodou por diversas comunidades isoladas nas montanhas peruanas, levando atendimento médico, odontológico, educação e acolhimento aos mais necessitados.
O lafaietense rodou cerca de 10 mil quilômetros no total da missão. Saiu de Conselheiro Lafaiete para Porto Velho, onde se encontrou com o restante da equipe do Instituto Kaleo, organizador da Missão. De Rondônia um comboio de caminhonetes seguiu em direção ao Peru, cheios de medicamentos, materiais de atendimentos médicos e odontológicos, diversas doações e muito amor no coração. O comboio rodou 1.500 km em apenas dois dias até chegar a sua base em Checacupe. Atravessaram a Região Amazônica, a tríplice fronteira (Brasil, Bolívia e Peru) e as montanhas geladas do Peru.
Contratempos

Ao descer do voo em Porto Velho, Pablo foi informado que sua bagagem havia se extraviado. A mala com todas as roupas para enfrentar as temperaturas abaixo de zero havia sumido. Checapupe está a 3.441 metros de altitude, é extremamente frio. “Em momento algum me desesperei, quando saímos de casa para fazer o bem, nada de mal nos acontece.” O ativista passou os dias de missão utilizando roupas dos amigos de jornada. “Tirei uma lição desta perda de bagagem, preciso de muito menos para sobreviver do que imaginava.”
Falta de Diesel – O comboio da missão humanitária se deparou em Puerto Maldonado- Peru, com uma manifestação de caminhoneiros, o que resultou na falta de abastecimento de diesel em todos os postos da cidade. “Todos os nossos veículos eram a diesel e todos estavam sem o combustível. Cheguei a pensar que ficaríamos presos por dias naquele lugar. Foi então que alguns membros da equipe se deslocaram até uma cidade vizinha que ainda possuía diesel, e trouxe um pouco para cada veículo para seguirmos viagem”.
Jornalismo e música

O trabalho do lafaietense se alternou entre o jornalismo e música. Como jornalista, Pablo conduziu um documentário gravado no decorrer da missão, que será lançado em breve pelo Instituto Kaleo, com histórias de algumas pessoas que receberam os atendimentos, o dia a dia de uma missão e ainda um relato sobre a cultura local.
Como músico, Pablo que já tocou muitos anos na noite de Conselheiro Lafaiete, ficou por conta de fazer as trilhas sonoras com o violão nas apresentações infantis. “Descobri algo incrível, o sorriso de uma criança é igual em qualquer lugar do mundo”, diz o ativista em entrevista ao Fato Real.

“Sorrisos, agradecimentos, olhares de gratidão, abraços, volto sem minha bagagem física, mas com o coração cheio de gratidão por ter conseguido fazer um pouco de diferença na vida destas pessoas tão necessitadas! Um pouco de mim ficou lá junto da minha bagagem, volta uma nova pessoa que valoriza as coisas simples cotidianas que temos aqui e não damos valor, como o clima agradabilíssimo, água encanada e quente, alimentação variada e o próprio oxigênio em abundância, coisa que naquelas alturas fez muitos da nossa equipe precisar de atendimento médico. Temos tudo aqui e devemos ser gratos por isso!”

No total a missão atendeu 1200 pessoas com atendimento médico e odontológico. Além de crianças e palestras para adultos. A equipe levantava as 5 horas da manhã, geralmente em uma temperatura variando entre 2 e 5 graus. Carregava as caminhonetes com os materiais de atendimentos médico, medicamentos, cadeiras de dentistas, compressores de luz e oxigênio e toda estrutura para atendimento da comunidade; no total foram 8 comunidades atendidas, cerca de 150 pessoas assistidas em cada localidade.
Próxima Missão
A experiência já rendeu frutos, Pablo Gonçalves, através do CL do Bem já programou a próxima Missão Humanitária do CL do Bem, em janeiro de 2023, no Vale do Jequitinhonha-MG.