A volta às aulas em Conselheiro Lafaiete foi um pouco conturbada, gerando preocupações, dúvidas, reclamações e alguns elogios de pais de crianças com o retorno presencial.
Mas uma situação ocorrida no primeiro dia com uma criança serve de alerta para pais e escolas. Na última segunda-feira (07) a família de uma menina de apenas 4 anos ficou sem saber de seu paradeiro por quase duas horas, por ela ter saído da escola no transporte escolar errado.

Segundo relatado pela mãe, Andreia Cristina Pereira, a criança foi levada de van escolar para a aula, na Escola Meridional, em Lafaiete. A mãe acompanhou de perto com o carro para garantir que ocorreria tudo bem no primeiro dia de aula. A menina entrou na escola sem problemas e Andreia foi para o trabalho tranquilamente.
No período da tarde, Andreia recebeu uma ligação da motorista da van dizendo que ao buscar a criança na escola para levá-la para casa recebeu a informação de que ela já tinha ido embora. “Toda a família foi para a escola, lá fomos informados de que a minha filha teria entrado em uma van branca. Depois de muito tempo procurando, a tal da van ela não estava lá. Até que descobriram que ela estava no ônibus da Vale que não tem nada a ver com ela. Foi desesperador”, conta Andreia.
Após o ocorrido a mãe foi até a Secretaria Municipal de Educação para formalizar o ocorrido e garantir que providências fossem tomadas para que nenhuma outra criança passasse por isso. Andreia explica que a maior revolta dela é com a falta de sensibilidade da diretora. “Além de não assumir a responsabilidade, tentou jogar a culpa na minha filha dizendo que ela levantou o dedinho quando perguntaram quem ia de ônibus, como se uma criança de 4 anos soubesse a diferença. Ela não foi à aula hoje e ninguém da escola ligou para saber se estava tudo bem”, desabafou.
Em resposta à SEMED a diretora da escola alegou que o primeiro dia estava muito movimentado e não foi possível fazer o controle dos alunos.
A Diretora de Ações Pedagógicas, Edivânia Valéria Diniz, orientou a diretora da Escola Meridional sobre as medidas de segurança a serem adotadas na hora da saída dos alunos para evitar qualquer novo incidente, como a autorização para os pais terem acesso às salas de aula para buscar as crianças e a identificação por crachá para aquelas que vão de van escolar.
Após o susto Andreia disse que perdeu a confiança na instituição e tem medo de enviar a filha para a aula e reviver esse momento.
O ônibus citado na reportagem faz o transporte de estudantes da escola Meridional. A escola está funcionando provisoriamente ao lado da UNIPAC. O prédio onde a escola funcionava anteriormente (Morro da Mina) pertence à Vale. Em 2020 uma avaliação técnica apontou nível de risco representado por uma pilha de estéril, rejeito decorrente da exploração mineral próximo ao antigo prédio, que foi desativado. A escola foi improvisada em outro local e a empresa fornece o transporte aos alunos.
Mariana Marques
Estudante de jornalismo
Estagiária sob supervisão
N.R: Matéria atualizada às 17h de 10/02.