Pelo menos 16 estados e o Distrito Federal já registraram casos ou denúncias de pessoas que furaram a fila da vacinação contra a Covid-19 somente na primeira semana de imunização contra a doença no Brasil.
Políticos e pessoas que ocupam cargos públicos lideram a vergonhosa lista. Se acumulam os casos de prefeitos, secretários ou filhos de autoridades não pertencentes a grupos prioritários que se imunizaram.
Região
A falta de transparência em relação ao número de vacinas e quem são as pessoas que receberam a imunização, faz com que surjam especulações.
Na região, a prefeitura de Ouro Branco disponibilizou dados de onde as vacinas foram aplicadas, como hospitais, unidades de saúde e asilo. Já em Antônio Carlos, próximo à Barbacena, questiona-se porque a secretária de Saúde foi vacinada e não houve reposta ao questionamento sobre qual grupo prioritário ela pertence.
Ciente das desconfianças e questionamentos que esse tipo de cenário gera na população, o Conselho Municipal de Saúde de Lafaiete (CMS) recomendou que a Secretaria Municipal de Saúde, através do portal da Prefeitura l divulgue a lista dos funcionários que receberam as doses de vacina disponibilizadas, bem como a função exercida nos quadros da Secretaria Municipal de Saúde, além daqueles de instituições, privadas ou não.
Roberto Sant’Ana, presidente do CMS explica que a cidade deve divulgar os dados para não gerar desconfiança dos lafaietenses: “Nós acompanhamos o processo, sabemos que o município está fazendo (a aplicação da vacina) de forma correta, mas se ele pode mostrar para a população, melhor ainda porque a coisa fica muito transparente”.
Recusa
O Fato Real recebeu extraoficialmente a informação de que um profissional de saúde de Lafaiete se recusou a ser vacinado.
Questionado, o setor de comunicação da prefeitura enviou resposta da Secretaria de Saúde dizendo que o primeiro grupo a receber a imunização são os profissionais de saúde, priorizando os que atuam no atendimento aos pacientes com a doença. No entanto, a vacina não é obrigatória, qualquer pessoa pode se recusar a recebê-la, porém o profissional de saúde que optar por não ser vacinado deverá preencher um termo de responsabilidade.
Já para o questionamento e isso já ocorreu em Lafaiete. Se há registro de alguém do grupo prioritário que recusou a vacina e assinou o termo, a resposta foi que “estes dados não são públicos”.