Sabemos que mudanças profundas podem ser geradas e aceleradas a partir de eventos inesperados que afetam grandes parcelas da população humana. É possível afirmar que a crise do coronavírus transformará inúmeros aspectos da vida, inclusive o sistema educacional.
A pandemia impôs o distanciamento social a mais de 1 bilhão e 600 milhões de estudantes e professores em todo o mundo, que ficaram impedidos de freqüentar os espaços físicos de escolas e instituições de educação superior. A inédita interdição ao espaço físico de instituições educacionais levou gestores e professores a adotarem soluções digitais e tentarem imitar o que acontece em uma sala de aula presencial.
É admirável ver os esforços descomunais de muitos estudantes, famílias, professoras, professores e funcionários que se juntaram para tentar diminuir os impactos negativos do confinamento. Há limitações graves, especialmente para alunos e professores mais empobrecidos, muitos deles localizados em regiões limítrofes das grandes cidades ou na zona rural. Faltam computadores, aparelhos de telefonia móvel, softwares e Internet de boa qualidade, dentre outros recursos. Pessoas com deficiências físicas não têm conseguido acompanhar as aulas remotas e desenvolver as atividades propostas, que não foram adequadas para permitir o acesso universal. Faz-se necessário maior investimento em ciência e tecnologia, em equipar as escolas brasileiras, sobretudo as escolas públicas e do campo, com computadores e acesso à internet.
Acredito que veremos, no mundo sem Covid-19, um maior número de escolas adotando o Ensino Híbrido. Nessa metodologia, haverá momentos em que o aluno estudará sozinho, aproveitando ferramentas online; em outros, a aprendizagem acontecerá de forma presencial, valorizando a interação entre alunos e com o professor e a professora. No retorno também será essencial pensar no reforço escolar para equalizar a aprendizagem e garantir oportunidades iguais com qualidade e equidade aos estudantes e também um replanejamento para retomadas das aulas, permitindo o seqüenciamento de propostas realizadas no isolamento social.
As pessoas sempre serão o centro da aprendizagem, será essencial, ter o acolhimento e a educação pautada em princípios integrais para que possamos dar novos ares à educação. Somos cientes que uma nova Educação surgirá, pois o mundo não será mais o mesmo após esse isolamento social, afinal várias lições serão aprendidas e novos olhares sobre o mundo e sobre o outro serão estabelecidos. Resta a nós aguardar e buscar desde já nos reinventarmos e criar um mundo melhor a partir da educação para atender aos novos anseios do mundo e dos “novos” alunos.
Tô Sabendo e Vou Falar
Aaron Fênix
