
O projeto que torna obrigatório o uso de máscara para circular pelas ruas e acessar estabelecimentos públicos e privados não poderá ser votado pela Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete. A informação foi dada pelo presidente da Casa, vereador João Paulo Resende, reproduzindo entendimento da Procuradoria do Legislativo, segundo o qual o Congresso Nacional já aprovou lei federal neste sentido, cuja aplicação depende apenas de sanção pelo presidente Jair Bolsonaro. A proposta havia dado entrada na Câmara por iniciativa do próprio João Paulo em atendimento a pedido de representantes do comércio local.
Comércio fechado
Fazendo uso da “Palavra Franca” durante Sessão Ordinária realizada na manhã da terça-feira (16/06), o presidente do Legislativo relatou a aflição dos comerciantes, muitos dos quais se encontram há três meses sem poder abrir as portas em função da pandemia de Covid-19.
Em Lafaiete é comum ver lojas semiabertas, ou aquelas pertentes a segmentos não autorizados funcionando. A diferença de comportamento entre lojistas é tanta que leva o lafaietense a questionar a qual onda do programa Minas Consciente a cidade se encaixa no momento e quais estabelecimentos estão autorizados ou não a abrir.
João Paulo denunciou o constrangimento imposto aos lojistas ainda não autorizados a retomar as atividades, mas que precisam abrir o comércio para realizar entregas por demanda e receber prestações: “O pior nem é estar fechado. O pior são aqueles que estão trabalhando com medo da polícia e da Guarda Municipal. Eles estão como se estivessem vendendo drogas em seus estabelecimentos. O atendimento delivery é permitido a todos pelo decreto municipal, mas como eles vão buscar as mercadorias ou receber prestações sem abrir o comércio? Só que estão com medo. Muitos me procuraram e disseram que se sentem como se estivessem dentro de uma boca de fumo vendendo droga. A situação é muito preocupante e podemos esperar tempos difíceis. Muita gente já fechou as portas e temos de encontrar uma solução”.
O vereador observou que, ao contrário de cidades vizinhas como Congonhas e Ouro Branco, que recebem das siderúrgicas e não dependem exclusivamente do comércio para manter a arrecadação em dia, Lafaiete depende da atividade mineradora, siderúrgica e principalmente comercial para não perder receita e espantar o fantasma do desemprego. “A situação vai se refletir na Prefeitura, que vai arrecadar menos se o comércio vender menos. Não há como continuar preso dentro de casa, e o Governo Federal não tem como dar auxílio pra todo mundo. As pessoas precisam trabalhar e alguma coisa tem de ser feita”, alertou o vereador João Paulo.
