A denúncia de possíveis irregularidades existentes no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), denunciadas por parentes de pacientes atendidos no local e recentemente relatadas na Câmara Municipal pelo vereador Sandro José, continua repercutindo no Legislativo de Conselheiro Lafaiete. Na terça-feira (16/06), dois vereadores voltaram ao assunto ao fazer uso da “Palavra Franca”.

José Lúcio Barbosa, que também é servidor público municipal da Saúde, reiterou o que os próprios familiares de usuários, segundo ressaltou Sandro em seu pronunciamento, já haviam ressalvado o comprometimento e a dedicação dos funcionários que atuam na rede do CAPS. Lúcio fez questão de ressaltar a excelência do serviço prestado, que credencia o Centro de Atenção Psicossocial de Lafaiete entre os mais conceituados do país. O vereador disse, ainda, que a falta de medicamentos existentes no CAPS é a mesma que afeta a saúde no Brasil inteiro e diz respeito ao fornecimento de remédios fabricados na China, país que não tem conseguido fazer frente ao crescimento da demanda internacional.
Também se manifestando durante a “Palavra Franca”, a vereadora Carla Sássi contou que a Comissão de Saúde da Câmara havia recebido denúncia semelhante e, por coincidência, tinha uma visita ao CAPS agendada justamente para quinta-feira (04/06), dia em que Sandro José levou as reclamações ao conhecimento dos colegas. Ela lembrou que o complexo é formado por espaços idênticos, cada uma “casinha’ composta de sala, três quartos (um dos quais com instalações sanitárias privativas) e um banheiro social. Embora todas as casinhas sigam o mesmo modelo arquitetônico, cada uma se destina a uma finalidade específica. Na vistoria, a Comissão constatou que o piso da sala de um dos imóveis sofreu sérias avarias; a prefeitura já realizou licitação para fazer a reforma, mas o processo atrasou em razão da pandemia de COVID-19. A expectativa é de que a substituição ocorra tão breve quanto possível.

Uma das casas reúne oito leitos para acolhimento a pacientes que necessitem permanecer mais tempo em acompanhamento psiquiátrico. Confirmando o que Sandro José já dissera ao reproduzir relatos de familiares, a Comissão de Saúde constatou que lá existe apenas um banheiro para uso coletivo de pacientes de ambos os sexos, mas só para o banho; para necessidades fisiológicas, eles usam o sanitário da casa ao lado, cuja porta, por precaução, não pode ser trancada. De acordo com Carla Sássi, a construção de mais um banheiro foi solicitada, mas os trâmites burocráticos também foram interrompidos por causa da pandemia.
Sobre o homem nu que estaria circulando livremente entre os demais internos, seria um paciente com comprometimento mental mais severo que teria burlado o controle dos funcionários. O único ponto não esclarecido pela Comissão de Saúde em relação à denúncia tornada pública pelo vereador Sandro José diz respeito à inclusão entre os pacientes de um portador do Mal de Alzheimer, um problema neurológico e não mental que, em razão da complexidade, poderia demandar maior atenção da equipe médica em detrimento dos demais assistidos.
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