Em tempos de crise, de grandes catástrofes, de guerras e de pandemias, como a que o mundo enfrenta agora diante do desafio de dominar a Covid-19, a verdadeira essência da humanidade é revelada.
A dor e o sofrimento global despertam nas pessoas movimentos de mudança interior, seja ele individual ou coletivo. Então, apesar desse momento de crise, caracterizado precisamente pela ruptura do fluir da vida, pelo questionamento inevitável de toda a estrutura já consolidada, provocada pelo irromper de uma situação imprevisível. Todos, como coletividade, são chamados a dar uma resposta criativa que possa mobilizar um movimento de construção ou reconstrução de modos de ser, de se relacionar, de julgar e valorizar o mundo. De fato, nós, seres humanos, necessitamos desde o início da vida e mais do que qualquer outra espécie, do cuidado de outro ser humano para sobreviver, crescer e desenvolver. Com o drama humano instaurado entre os mais carentes e vulneráveis, a sensibilidade ao sofrimento alheio tem feito surgir toda espécie de iniciativas voltadas a apoiar e ajudar os mais necessitados.
O efeito devastador da pandemia no planeta coloca sobre a mesa, de forma inescapável, a pergunta sobre como será o nosso futuro quando tudo isso acabar. E o elemento primordial nessa construção é um substantivo até meio surrado, mas que terá uma importância – institucional, inclusive – bem diferente daqui para frente. Chama-se solidariedade.
Neste momento de combate ao novo coronavírus, a solidariedade se tornou uma das principais armas contra a pandemia. Muitos voluntários têm se mobilizado para ajudar pessoas em estado de vulnerabilidade social, auxilio a idosos mais suscetíveis a complicações da Covid-19, distribuição de alimentos, doação de produtos de higiene pessoal e consultas gratuitas, distribuição de painéis para capacitação de energia solar (que beneficiou o Hospital de Campanha São Camilo de Lafaiete) e lives solidárias são algumas das ações que se espalham pelo país. São cidadãos e instituições se unindo para enfrentar e superar uma das maiores crises de saúde pública do mundo.
O Conselheiro Especial da ONU para Prevenção do Genocídio, Adama Diengm, em comunicado sobre a doença disse o seguinte: “Nossas vidas estão interconectadas, nossa sobrevivência depende de apoio recíproco”. Para amenizar o flagelo da pobreza que aumentará na pós-pandemia, a solidariedade terá de ser feita e praticada tanto por parte das organizações da sociedade como pelo empresariado. Algo que transcenda colorações partidárias. O poder público tem suas muitas atribuições e claras limitações. Tem seus notórios defeitos em termos de gigantismo e ineficiência em alguns setores, mas não pode ser o único responsável pelos destinos das pessoas. Faça sua parte. Doe hoje, sim. Mas com a certeza de que a solidariedade para com os mais necessitados terá de ser a tônica da vida em sociedade de agora em diante. De uma forma abrupta o mundo já mudou, deixando o rastro da tragédia. Mude junto, mas para melhor. Muitas pessoas dependerão da sua mudança.
Tô Sabendo.E Vou Falar.
Aaron Fênix
