
Mesmo diante do cenário de pandemia provocada pelo novo coronavírus, em Conselheiro Lafaiete, assim como em outros municípios mineiros existe o dilema saúde x economia. Na cidade já existem movimentos de empresários e comerciantes por uma retomada das atividades e funcionamento dos estabelecimentos comerciais, fechados por força de decreto, com exceção dos que prestam serviços essenciais.
Representantes da classe alegam que a situação já está ficando insustentável do ponto de vista financeiro e os compromissos já assumidos precisam ser quitados; o que na visão daqueles ouvidos pelo Fato Real, não representa nenhuma negligência em relação à preservação de vidas. Alguns manifestam insatisfação de manter as portas fechadas para evitar aglomeração, enquanto elas ocorrem, por exemplo, em agências bancárias deforma desordenada.
Funcionamento em horário reduzido, quadro de funcionários reduzido com controle das normas sanitárias são algumas sugestões. Abertura das lojas nos feriados, já é uma proposta defendia pela Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços(ACIAS),mas com efeito somente após o pico da epidemia
Comércio do São João

Comerciantes do bairro São João, uma das áreas de maior movimentação do varejo em Conselheiro Lafaiete, defendem a flexibilização das regras para abertura das lojas mediante o comprometimento prévio com o respeito a uma série de requisitos sanitários. Este foi o posicionamento assumido pelo membro da diretoria da ACIAS (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços) e comerciante do bairro, Diego Batista. Ele defende uma petição pública criada na internet em busca de apoio popular à reivindicação dos lojistas. O documento, que foi preparado ao longo das duas últimas semanas, se baseia em alguns modelos do chamado isolamento vertical, como os que vêm sendo seguidos pelas prefeituras de Ipatinga (no Vale do Aço) e Ubá (na Zona da Mata mineira).
Contudo, segundo ressalta Diego Batista, os comerciantes do São João acrescentam alguns requisitos específicos para reforçar a proteção individual de funcionários e clientes: “Nos preocupamos em inserir estas normas específicas de conduta porque percebemos uma certa despreocupação e mesmo a falta de fiscalização sobre o controle à aglomeração de pessoas no comércio de bens considerados essenciais. Quando discutimos a possível retomada, concordamos que não poderemos dar nenhum mau exemplo. Será fácil obedecer as normas porque os lojistas do São João são muito unidos. O bairro concentra uma força empresarial e uma comunhão de ideias muito grandes. Entendemos o risco da crise sanitária, e estamos buscando mecanismos diários para solucionar problemas. Amanhã em novos cenários, positivos ou negativos também iremos assumir a mesma responsabilidade de retroagir todos esses passos, caso se torne necessário”.
Caso a petição conquiste apoio popular e sensibilize as autoridades, os comerciantes se comprometem a manter o isolamento social para os funcionários inseridos no grupo de risco de contaminação pelo novo coronavírus. O distanciamento mínimo de um metro e meio entre consumidores e atendentes, bem como do lado de fora das lojas, será rigorosamente observado e haverá itens de higienização para fregueses e colaboradores.
Foi estabelecido um código de conduta interna, através do qual os próprios comerciantes se propõem a fiscalizar uns aos outros.
Ainda de acordo com Diego Batista, a petição foi discutida e formulada no âmbito do comércio do bairro São João, mas nada impede a adesão de todo o varejo lafaietense, que será muito bem-vinda. Quem quiser dar seu apoio ao manifesto pode acessar o site do Avaaz na internet e assinar a petição online. O endereço é: https://secure.avaaz.org.