
Em momentos difíceis como este, provocado pela pandemia do novo coronavírus, ao mesmo tempo em que adota medidas práticas e radicais de sobrevivência, há quem se apega à fé para não esmorecer e tem na religião uma poderosa aliada. A experiência comunitária da congregação é, reconhecidamente, uma força imprescindível que consegue aliviar a dor, diminuir o sofrimento e espalhar a esperança. No entanto, os templos religiosos também foram fechados e estão impedidos de receber os fiéis.
Pároco da igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Conselheiro Lafaiete, o padre Paulo Edson Moreira conta que também sofre por ter que celebrar as missas com a igreja completamente deserta, mas se anima pela certeza de que este, como todos os outros, é apenas um momento ruim que vai passar: “A princípio, o risco de disseminação do coronavírus nos deixa atônitos, nos perguntando às vezes por que isso está acontecendo. Mas, o melhor é atravessarmos este momento com muita serenidade e responsabilidade, razão pela qual nós religiosos também estamos em quarentena e sem poder sair de casa. Quando sair de casa se torna indispensável, a preocupação fica ainda maior, já que vamos nos encontrar com as pessoas e devemos nos responsabilizar uns pelos outros. É um período que nos ensina muito e faz aflorar o espírito de solidariedade que nunca pode deixar de estar presente no coração da gente”.
Padre Paulinho comentou sobre a ótica da fé: “Inicialmente, fiquei muito angustiado por não poder celebrar a Eucaristia com o povo. Mas o confinamento favorece a maior convivência em família e as famílias, unidas em oração, se transformam em verdadeiras igrejas domésticas. Isso nos reporta às primeiras comunidades cristãs, quando as celebrações eram feitas em família. Hoje temos a possibilidade de celebrar missas através da internet e em transmissões pela TV. Deste modo, você pode fazer em casa a sua comunhão espiritual e tornar o espaço da própria residência um verdadeiro altar da Eucaristia”, avaliou padre Paulinho.
Fechada aos fieis, várias igrejas estão recorrendo às transmissões das missas via internet.
Arquidiocese
Em novo comunicado emitido nesta terça-feira, 24/03, a Arquidiocese de Mariana orienta os padres para que as igrejas permaneçam fechadas por conta do agravamento da pandemia do coronavírus. O comunicado afirma que permanece suspensa a celebração da missa com a participação do povo. E que os padres devem celebrar diariamente a eucaristia sem presença de outras pessoas. Continuam suspensas outras celebrações como casamentos e batizados.
A programação da Semana Santa seguindo o arcebispo será adaptada ao atual momento da pandemia.