Como ainda não existe em Lafaiete nenhum caso confirmado de contaminação pelo novo coronavírus, não foi estabelecida para o comércio local nenhuma regra modificando os horários de abertura e fechamento das lojas. O esclarecimento foi prestado, em entrevista ao Site de Notícias Fato Real, pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Conselheiro Lafaiete (Sindcomércio).
De acordo com Bento Oliveira, o sindicato está atento à estas questões. Mas, enquanto não houver a necessidade de interrupção do atendimento aos consumidores, prevalecem as recomendações gerais que o setor varejista já vem seguindo ao evitar aglomerações e incentivar condutas que o convívio social recomenda, como usar o cotovelo ao tossir e espirrar, manter o distanciamento mínimo de um metro entre os clientes e restringir a entrada nas lojas a pequenos grupos de cada vez: “Acreditamos que o momento é de seguir as recomendações sanitárias que vêm sendo divulgadas pela Secretaria Municipal da Saúde evitando o contato físico e fazendo, com maior intensidade, a assepsia dos locais mais frequentados pelos clientes e dos objetos manuseados com maior frequência”.
Mas a eventual redução no horário de funcionamento pode produzir efeito contrário ao esperado. É preciso pensar na utilização de escalas de revezamento para que os funcionários não cheguem e vão embora ao mesmo tempo, o que reduziria a quantidade de colaboradores nos ônibus e nas ruas.
Conforme Bento Oliveira, além de reforçar as orientações aos filiados como forma de evitar a transmissão do COVID-19, o Sindcomércio acredita que as autoridades sanitárias estão aptas a fazer determinações ou não relacionadas às lojas.
Porém, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista alertou para possíveis consequências inevitáveis desta medida drástica para a cidade cujo comércio representa mais de 80% do PIB e emprega cerca de 20 mil pessoas. “O fechamento das lojas, por três meses que sejam, pode ter consequências muito graves para a cidade e vamos precisar de ter tranquilidade para enfrentar a situação. Já estamos mantendo contatos com o Sindicato dos Comerciários em busca de soluções capazes de evitar demissões. Esperamos fechar uma convenção coletiva específica contendo regras que facilitem o diálogo entre empresas e trabalhadores. Quanto ao impacto sobre a arrecadação da cidade, é difícil dizer. Obviamente, se as lojas ficarem fechadas ou pararem de vender, haverá dificuldade para pagar aos funcionários. Isso é um processo em cadeia e as consequ20ências podem ser realmente muito graves. Não digo com isso que se deva expor a risco a saúde de clientes e colaboradores. Reitero que o Sindcomércio está acompanhando os desdobramentos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus e pronto para cumprir as determinações das autoridades sanitárias”, analisou Bento Oliveira.