Foi realizada, na tarde desta quarta-feira (11/03), na subsede de Conselheiro Lafaiete, assembleia regional do SindUTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação). O objetivo foi discutir as condições de trabalho na rede estadual de ensino de Minas Gerais, onde o ano letivo de 2020 já foi aberto com uma greve parcial.
Participaram da reunião professores de Congonhas, Ouro Branco, Senhora de Oliveira, Piranga e Catas Altas, que discutiram sobre reivindicações como adoção do piso salarial nacional para a categoria, defesa do emprego e do direito à educação pública de qualidade. Outra questão debatida foi a quitação do 13º salário de 2020, que ainda não foi pago a parte dos servidores da educação.

Segundo o professor Sandro Coelho Costa, diretor de formação do SindUTE, o piso salarial nacional foi instituído por uma lei federal de 2008 e tornado obrigatório em Minas a partir de 2015 por força de lei aprovada pela Assembleia Legislativa, devendo ser pago aos professores pela jornada semanal de trabalho de 24 horas semanais.
Contudo, a determinação não vem sendo cumprida. Ao mesmo tempo, o governador Romeu Zema acenou com o aumento para os profissionais da segurança pública, deixando de fora as demais categorias do funcionalismo público.
Rosana Bonifácio Moura, professora da Escola Estadual Augusto Getúlio Vieira, em Lafaiete, manifestou o temor da categoria de que o aumento concedido à segurança pública seja um estratagema do governador. O medo é de que o próximo passo de Romeu Zema seja promover a reforma fiscal e congelar os salários dos servidores públicos sem qualquer reajuste.
Nesta quinta-feira, o governador reduziu de 42 para 13% o reajuste para as forças de segurança e vetou emenda que havia sido aprovada pelos deputados estaduais estendendo o mesmo índice ao restante do funcionalismo. A medida gerou enorme repercussão política com o pedido de demissão do secretário de Governo, Bilac Pinto, e o anúncio da desfiliação do vice-governador Paulo Brant do Novo, partido de Zema.
Nesta tarde acontece uma assembleia geral em Belo Horizonte voltada para todos os professores estaduais de Minas Gerais. A intenção é a unificação do movimento de greve e buscar, por meio da mobilização, pressionar o governador a estender o reajuste salarial a todas as categorias do serviço público.