Neste mês de março as equipes de saúde bucal de Congonhas estão empenhadas em realizar o exame para diagnóstico do câncer de boca. Os congonhenses podem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa para realizar o procedimento e receber orientações. Os postos funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, sendo que no Horário do Trabalhador o atendimento é estendido até às 20h. Essa ação faz parte da 17ª Campanha de Combate e Prevenção da doença. Todo o atendimento é gratuito.
“As pessoas não dão muita atenção ao câncer de boca. É um câncer muito agressivo, um tumor maligno que, geralmente, afeta os lábios e as regiões internas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua e até as glândulas salivares”, explica a dentista da UBS do Santa Mônica e especialista em saúde coletiva, Ana Luiza Baeta de Miranda.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que 15 mil novos casos da doença surjam em 2020. O câncer de boca é mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste.
O câncer de boca está ligado ao tabagismo e ao uso recorrente de álcool, produtos que devem ser evitados para prevenir a doença. “Inclusive, temos grupos de tabagismo nas unidades de saúde. Tem uma equipe multidisciplinar para atender, com farmacêutico e psicólogo”, observa a dentista, destacando o apoio oferecido aos tabagistas do município. Outros fatores de risco são a exposição ao sol sem proteção – por isso, deve-se usar protetor labial – e a infecção provocada por HPV.
Outra medida de prevenção é o autoexame. “É importante se olhar no espelho e observar a língua, o céu da boca, as bochechas… toda a região da boca. É importante observar se tem alguma mancha vermelha ou branca, o que pode indicar o início de um câncer de boca”, explica Ana Luiza. Outros indícios são feridas que não cicatrizam por mais de 15 dias, nódulos no pescoço, rouquidão e dificuldade de mastigar, engolir e falar.
O tratamento para o câncer de boca é feito por meio de procedimento cirúrgico e, dependendo do estágio do tumor, são necessárias radioterapia ou quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta a chance de cura. “As feridas podem evoluir. Já houve casos de pacientes que tiveram que tirar parte da língua e tem dificuldade na fala e na mastigação. Quando a doença atinge e avança, é muito mutiladora. Descobrir qualquer sinal antes que é mais fácil de tratar”, reforça a dentista Ana Luiza.
Caso seja detectada alguma lesão, mancha ou outras suspeitas no exame clínico, o paciente é encaminhado para o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), onde é realizada a biópsia.