A tecnologia está definitivamente presente na vida cotidiana. Seja para consultar informações, conversar com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e os celulares não saem das mãos e mentes das pessoas. Nunca se olhou tanto para baixo. Na fila, no parque, na escola, no trabalho, no museu, no ônibus e, perigosamente, no carro, as pessoas parecem só ter um interesse: a tela do smartphone ou do celular.
Você se sente agoniado quando seu celular vibra e sai correndo para ver se alguém curtiu ou comentou seu último post no Facebook? Você começa a responder e-mails de trabalho antes mesmo de levantar da cama? O ícone de bateria fraca deixa você tremendo de medo? É provável que você esteja sofrendo de nomofobia. Essa palavrinha que mais parece um palavrão é um termo que descreve um medo crescente no mundo de hoje – o medo de ficar sem um dispositivo móvel, ou do contato por telefone celular.
Um número crescente de jovens agora toma banho com o celular. O adolescente médio prefere perder um dedo mindinho do que um celular. Um percentual crescente prefere utilizar mensagens de texto, whatsapp ou tweet, em vez de falar com outras pessoas. Principalmente entre os jovens esse problema aparece como um sinalizador de questões mais sérias, e conseqüência, por exemplo, de dificuldades dos pais em exercer adequadamente seus papéis: suprir seus filhos com atenção, cuidados, afeto e orientação. Essa negligência emocional por parte dos pais, e uma sociedade em crise, permissiva e de jovens sem limites, portanto, sem estrutura para enfrentar as dificuldades inerentes à vida, propicia o aumento de transtornos como a depressão e conseqüentemente, da nomofobia.
O vício em tecnologia pode mascarar a depressão. Normalmente, a pessoa se sente mal por algum motivo externo e começa a se esconder nas redes sociais. O problema é que isso acaba virando um círculo, porque ela se isola ainda mais e se sente mais sozinha, e isso continua. Não é fácil se “desplugar” do celular, uma vez que, na sociedade tecnológica, o aparelho é sinônimo de status e inclusão social. Hoje, as pessoas estão mais ligadas no que se passa na “internet” (redes sociais) do que naquilo que está passando em sua vida no momento. Não tem tempo para curtí-la, a coisa tem que ser fotografada ou filmada rapidamente para ser postada porque necessitamos de “likes” para viver!
A perda de laços verdadeiros é comum hoje em dia! Por mais que se tenha “amigos” e esteja ao lado deles ainda não é suficiente para nossa realização, temos um olho no “amigo” e outro no celular; basta sairmos por aí e darmos uma “espiada” nas escolas no horário de intervalo; ou nos shoppings centers onde circulam muitas pessoas acompanhadas, muitas vezes estão mais ligadas no aparelho que no companheiro (a) ao lado. Nos restaurantes chega a incomodar a falta de educação de alguns – até quando comem tem que tocar no maldito aparelho, se não for para fotografar a comida e postar, é para ver a mensagem que chegou! Ao invés de serem felizes, elas querem mostrar que são. O mostrar passou a ser mais importante do que o viver ou fazer e isso está fazendo com que as pessoas tenham menos prazer em viver a vida e isso é o fim.
Tô Sabendo e Vou Falar!
Aaron Fênix