O rompimento de uma adutora no bairro São Judas Tadeu (foto) ocorrido em meio às fortes chuvas da semana passada, prejudicou o abastecimento de água em vários bairros de Conselheiro Lafaiete. Em que pese o problema ter sido pontual e em meio ao período chuvoso atípico em toda Minas Gerais, o lafaietense convive freqüentemente com problemas no abastecimento.
Em 2019 foram dezenas de vezes que o Fato Real publicou a informação interrupção do fornecimento de água para manutenção da rede de distribuição.
Ao retomar os trabalhos legislativos na noite desta terça-feira 04/02, os vereadores discutiram o problema e reiteraram críticas à morosidade da COPASA em sanar falhas pontuais no fornecimento, além da falta de investimentos em saneamento básico.
O novo presidente da Câmara, João Paulo Resende (DEM), usou de ironia e chegou a cumprimentar a concessionária pela incompetência: “Consertaram a adutora e disseram que o abastecimento estaria normalizado em dois dias. Mas, a gente tem tanta sorte que a bomba queima. O tanto de buracos que a COPASA abre e não fecha na cidade é brincadeira; o contrato dá prazo de 48 horas para o fechamento, mas a empresa diz que não cumpre porque a empreiteira encarregada do serviço quebrou. Mas, o que o povo tem a ver com isso? Eles é que têm de resolver o problema. Mesmo quando tampam o buraco, não dura mais que dois dias e a capa de asfalto afunda. Está sendo cobrada a taxa de esgoto dos moradores do bairro Bela Vista, mas o esgoto deles é lançado no córrego e eles pagam pelo tratamento. Vamos levar uma comissão de moradores para discutir esse assunto com o Ministério Público”.
As críticas feitas pelo presidente da Câmara foram reforçadas pelos dois representantes do PT no Legislativo lafaietense. Francisco Paulo da Silva lembrou que a COPASA explora há décadas os serviços de água e esgoto, cobrando taxas cada vez mais elevadas, sem ter realizado, segundo ele, uma obra sequer na cidade.
Por sua vez, Pedro Américo mencionou outro complicador que afeta os moradores das áreas mais distantes. O vereador citou, especificamente, os transtornos enfrentados pelas famílias residentes no Alto da Varginha e Capela do Padre Machado, na região dos Almeidas, obrigados a conviver com a falta de água e energia elétrica ao mesmo tempo. Por razões escusas e mal explicadas, vândalos estariam se arriscando e derrubando postes da rede de transmissão para roubar os componentes de alumínio dos transformadores de energia. Como consequência, falta luz elétrica para as moradias e para alimentar a bomba que leva água às residências.
O Fato Real solicitou à prefeitura informações sobre possíveis multas e notificações aplicadas à Copasa em decorrência dos transtornos causados à população pelas constantes falhas no abastecimento, e aguarda resposta, para futura reportagem.
