Um forte abalo sísmico, com duração aproximada de cinco segundos, surpreendeu e assustou os moradores das cidades de Belo Vale e Congonhas na noite desta segunda-feira (25/11). O medo atingiu principalmente moradores dos bairros Residencial e Cristo Rei, situados abaixo da barragem Mineração Casa de Pedra, pertencente à Companhia Siderúrgica Nacional. Por precaução, muitas famílias deixaram momentaneamente suas casas, retornando tão logo a situação se tranquilizou. Muitas pessoas foram para os pontos de encontros estabelecidos por técnicos da Defesa Civil e da própria CSN para serem utilizados na iminência de acidentes. Outras ficaram andando a esmo pelas ruas.
A apreensão foi provocada pela demora de explicações sobre o que havia acontecido. Foram inúmeras as ligações para o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, que também não dispunham de informações precisas imediatas para acalmar a comunidade. Assim que o abalo cessou, especialistas da Companhia Siderúrgica Nacional fizeram uma varredura na barragem Casa de Pedra e descartaram qualquer risco de dano estrutural.
Conforme o observatório sismológico da Universidade de Brasília, o epicentro do tremor alcançou intensidade de 3,2 graus na Escala Richter. O abalo não chegou a ser considerado de grandes proporções. O fenômeno também não produziu danos materiais, mas provocou um grande e justificado susto, já que não há registro anterior da ocorrência de situações como esta em Congonhas e região.
Vistorias
Em comunicado emitido no final da noite de ontem, a CSN reiterou ter feito vistoria imediata na barragem e no paiol onde ficam armazenados os explosivos usados para a detonação de rochas. Não foi detectada qualquer avaria. A produção da companhia chegou a ser paralisada para averiguação. A Defesa Civil de Minas Gerais esteve no local, assim como funcionários da CSN e a ANM (Agência Nacional de Mineração). A ANM informou que técnicos vão vistoriar a barragem Casa de Pedra, da CSN, além das barragens de Forquilha I, II, III e IV, no Complexo da Mina de Fábrica, da Vale, em Ouro Preto.
Em participação na manhã desta terça-feira no Jornal Falado Carijós (92,3 FM) o prefeito José de Freitas Cordeiro, o Zelinho afirmou que a rotina de fiscalização dos órgãos reguladores tem se intensificado desde a tragédia de Mariana e Brumadinho, mas a cidade vice um clima de tensão. “Até o descomissionamento da barragem, vivemos um pesadelo diário aqui”, disse.