
Desde maio deste ano, quando familiares denunciaram a prática de maus tratos no Presídio Municipal de Conselheiro Lafaiete e os presos fizeram um princípio de rebelião, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores passou a acompanhar de perto a situação e a busca de soluções capazes de reinstaurar a tranquilidade no ambiente carcerário. A última visita dos integrantes da Comissão aconteceu há menos de um mês e o panorama continua preocupante, conforme relatou seu presidente, Carlos Aparecido (PSD), ao Portal de Notícias Fato Real: “Estivemos com a promotora que cuida da área penal e fizemos visitas ao presídio para averiguar os fatos. O que mais nos preocupa no momento são as condições de saúde, já que todos os presos apresentam erupções na pele e coceira”. As características que os presos chamam de “zica” , podem evidenciar um surto de sarna.
Outro problema encontrado pela comissão, segundo o vereador Carlos Nem, diz respeito ao preenchimento de vagas no presídio: “Constatamos que a maioria dos presos que estão aqui são de fora, enquanto os de Conselheiro Lafaiete foram transferidos para outras cidades. Tem detento de Lafaiete cumprindo pena a 400 km de distância e as famílias estão desesperadas porque não tem condições financeiras de viajar para visitar um filho ou irmão que está preso tão longe”.
A Audiência

Para discutir os problemas no presídio a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores promove audiência Pública nesta segunda-feira (14/10). a partir das 18h. Foram convidados políticos com atuação na causa humanitária, os prefeitos de Lafaiete e cidades vizinhas, autoridades judiciais e de segurança pública, representantes da administração penitenciária e familiares dos presidiários.
Carlos Nem reforçou a importância da presença dos parentes dos presos: “A presença deles é fundamental. Afinal, são eles que visitam os detentos regularmente e sabem mais do que qualquer de nós o que acontece lá dentro. Através do convívio estreito com o preso eles vão poder mostrar pra gente os sentimentos e anseios da população carcerária”.
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