Nesta semana eu gostaria de falar sobre um tema muito importante e que afeta todas as pessoas, não especificamente as mulheres. Falar deste mês de Outubro, o OUTUBRO ROSA onde o mundo todo se mobiliza em campanhas sobre o câncer de Mama.
O nome remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e organismos governamentais. Este movimento começou na década de 90, nos Estados Unidos, no qual muitos estados faziam ações isoladas na realização de exames, como a mamografia e de detecção do câncer de mama que se realizavam justamente no mês de outubro.
Para começar, acho importante esclarecer que não sei muita coisa sobre o câncer de mama. Mas entendo um pouquinho de preconceitos e estigmas. Uma pesquisa de amostragem realizada pelo instituto de pesquisas Data Popular mostra o seguinte: entre 400 homens ouvidos, 38% admitem que o diagnóstico de câncer de mama possa acabar com um relacionamento e 75% acreditam que a doença – e a remoção total ou parcial do seio – destrói a vaidade das mulheres.
Acho decepcionantes estes números, em especial sobre os babacas que admitem o fim das relações no caso de uma mulher ter a doença. Que tal fazer um exercício simples para entender o tamanho da idiotice? Diga lá, leitor, se você deixaria a sua mulher ou namorada caso ela tivesse um câncer no ovário? Não? Então como entender que quase quatro entre dez homens, admitem o fim da relação no caso do câncer de mama? EROTIZAÇÃO DO SEIO! Não vamos escamotear a realidade!Para alguns homens, fruto de uma indústria cultural que leva o culto do corpo ao extremo, os seios femininos correspondem a um ideal de erotização. E qualquer deformação real no corpo implicará sempre uma deformação da percepção erótica.
A cultura ocidental objetifica o corpo feminino e insistem em estereótipos como seios grandes, durinhos e empinados. É o resultado daquilo que podemos chamar de um processo de “barbierização” da sociedade. O pior é que muitas mulheres se renderam e andam obcecadas pelo padrão estético da Barbie. O fato de um homem admitir, a priori, o abandono de uma relação por causa da doença só mostra que o machismo continua a fazer a regra. Porque para muitos desses sujeitos a mulher ainda é uma espécie de objeto sexual. Se ela deixa de ter o corpo desejado para o “deite que vou lhe usar”, então perde o interesse.
A maioria dos homens desconhece os exames preventivos que a sua mulher faz e nem a importância de uma mamografia. É mais ou menos como se a sua mulher não estivesse nem aí para a sua próstata, amigo. Como é que você, leitor, encararia a possibilidade de fazer uma mastectomia e, depois disso, ter que esconder o seu corpo por causa da deformação? Como iria ficar a sua autoestima? Como se sentiria se a sua namorada ou mulher o abandonasse porque o seu corpo tem cicatrizes? Ia achar que ela é uma idiota, certo?
É como diz o velho deitado: “O pre-conceito e a ignorância são apenas duas faces da mesma moeda.”
Tô Sabendo e Vou Falar!
Aaron Fênix