Em sessão realizada na noite desta terça-feira (27/08), a Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete discutiu e aprovou, por unanimidade, Moção de Repúdio ao Governo Federal pela decisão de privatizar a Empresa Brasileira de Correios. Considerado um dos três segmentos de maior confiabilidade do país, os Correios foram incluídos na lista inicial de nove empresas estatais que deverão ser vendidas à iniciativa privada.
A Moção de Repúdio foi proposta pelo vereador Professor Oswaldo (Progressistas) e contou com o apoio dos demais colegas como Pedro Américo (PT). Fazendo uso da palavra, Pedrinho manifestou a preocupação de que as privatizações não parem nesta lista inicial, da qual os Correios são a principal oferta, e atinjam outras estatais consideradas patrimônio do povo brasileiro, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil: “Durante a campanha, o presidente falou que faria isso; era uma promessa de campanha dele. Por isso nem me assustei e quem votou nele, votou sabendo que isso iria acontecer. Minha sugestão é que a gente faça moções de repúdio aos governos estadual e federal”. O temor do vereador também abrange grandes companhias mineiras, já que o governador Romeu Zema articula a privatização da CEMIG e a COPASA seria a próxima na fila de empresas mineiras a serem assumidas pelo capital privado.

Servidores dos Correios e representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios de Minas Gerais (SINTECT-MG) estiveram presentes à sessão de ontem na Câmara. Diretor da entidade, Higor Fernandes Mendes e Silva usou a Tribuna Popular para protestar contra a possível venda da estatal: “Quando faço a defesa dos Correios – 100% público, 100% estatal, estou defendendo o Brasil. Somos a única empresa federal presente em todos os municípios brasileiros; onde não há Caixa
Econômica Federal e Banco do Brasil, os Correios estão presentes e assumem os serviços financeiros, fazendo, inclusive, o pagamento da bolsa-família. É uma empresa séria, que oferece um serviço de qualidade, mas que vem passando por um processo de sucateamento proposital para que seja entregue à iniciativa privada.
O sindicalista citou, como exemplo, o próprio caso de Lafaiete, que teve uma das agências dos Correios desativada recentemente. Ainda assim, na opinião de Higor Mendes, a qualidade do serviço prestado é boa graças à dedicação dos funcionários. No âmbito Federal, embora iminente, o leilão de privatização da Empresa Brasileira de Correios ainda não tem data definida.