Requerimento de autoria do vereador Pedro Américo (PT) foi aprovado com apoio dos colegas e provocou longo debate na sessão ordinária da quinta-feira (22/08) na Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete. Pedrinho solicita que a Secretaria Municipal de Obras informe sobre os serviços prestados pela construtora Rezende Nunes Ltda. A empresa tem contrato firmado com a prefeitura para fazer reparos em escolas, creches, postos de saúde, jardins, praças e prédios municipais. O vereador petista argumentou que é constante o recebimento de queixas pelos serviços mal prestados pela construtora: “Esta empresa vem desde governos anteriores e nós vereadores acompanhamos alguns obras que não foram feitas da forma como deveriam. À medida que os reparos são feitos os valores estabelecidos em contrato vão crescendo. Queremos saber se isso está certo”.
As críticas de Pedrinho foram reforçadas pelo próprio líder do Governo na Câmara, João Paulo Resende (DEM): “Pra ser sincero, Depois da obra de reforma da Escola Napoleão Reis, em que houve mais de 20 aditivos ao contrato original, eu desisti desta empresa. Nunca vi isso em lugar nenhum; como alguém pode ser tão ruim na estimativa de valores? Denunciamos a situação ao Ministério Público porque, ganhou-se a licitação por determinado valor que, depois, foi aditado 20 vezes. Como forma de burlar a licitação, joga-se o preço lá embaixo e depois se acrescentam 20 aditivos à obra. Porém, continua tudo como antes e ela segue vencendo as licitações”.
A série de irregularidades foi aumentada pelo presidente da Câmara, Fernando Bandeira (PTB): “Estivemos no Centro de Referência do Adulto Especial, cujo telhado é uma gambiarra, parece mais um alçapão. Deixaram a laje cheia de água, correndo o risco de dar infiltração. O madeirame ficou bambo e feito com peças impróprias para sustentar o telhado. Nós vereadores poderíamos chamar o Ministério Público e fazer uma reunião para apurar o que está acontecendo”.
Arrancando risos da plateia ao citar o bordão de uma antiga telenovela, o vereador Chico Paulo disse que a relação entre a construtora Rezende Nunes e o Executivo local está cercada de mistério. O vereador lembrou que sentiu na própria pele o poderio da empresa: “No governo de Dr. Júlio eu fui exonerado porque denunciei essa empresa. Ela tinha feito uma reforma no Centro de Referência do Idoso e carregou a madeira toda, que era daquelas boas, antigas. Existe um mistério muito grande nisso, pois a empresa está lá desde 1997. Nós é que temos de descobrir esse mistério”.
Para fazer luz sobre o “mistério” várias vezes mencionado por Chico Paulo, o requerimento foi aprovado e encaminhado para adoção das providências pertinentes.
