
Ao participar, no início desta semana, de reunião na FAMOCOL (Federação das Associações de Moradores de Conselheiro Lafaiete), o gerente da empresa confirmou a venda da Viação Presidente a dois sócios: um empresário lafaietense ligado ao ramo de transportes (cuja família foi proprietária da Viação Primavera) e o prefeito de Santos Dumont (na Zona da Mata Mineira), Betinho Azevedo. Frisando que a expectativa é positiva, Luiz Carlos Beato afirmou que para melhorar o transporte coletivo é preciso união de esforços: “A ideia deles é muito boa; só espero que a gente consiga ter o suporte da população e do Poder Constituído porque, sem isso, as coisas não vão funcionar. Conseguimos recuperar 16 abrigos de passageiros; pretendemos reformar um total de 97 até o final do ano e instalar mais 30 novos abrigos até março do ano que vem”.
Manutenção

Luiz Carlos Beato informou que, sob a nova administração, a concessionária deixará de adquirir em Belo Horizonte a totalidade das peças de manutenção e reposição dos ônibus, o que demandava maior tempo para reparo e recolocação dos veículos em atividade. Até então, cada peça a ser recuperada ficava entre 7 e 15 dias em Belo Horizonte, enquanto ônibus ficavam parados esperando a manutenção, comprometendo o serviço oferecido ao usuário. O gerente lamentou as críticas recebidas pela manutenção da frota. Beato afirmou que as críticas ocorrem, mas, o usuário não sabe o que a equipe enfrentava como a demora na reparação das peças que iam para Belo Horizonte, pro mais simples que fosse o reparo a ser feito. Agora, o serviço passa a ser prestado por oficinas de Lafaiete, agilizando consideravelmente o processo. Desta forma, todas as linhas estão contando com ônibus em movimento, sem interrupções por problemas mecânicos.
Ruas ruins

Na reunião com os presidentes das associações de bairros, o gerente reclamou da precariedade das vias públicas, particularmente nas localidades mais distantes, que compromete a durabilidade e o rendimento dos ônibus, mesmo que sejam recém-saídos das fábricas. Ele pediu o apoio das associações comunitárias para que comuniquem à Prefeitura toda vez que surgirem buracos na pista e reivindiquem o reparo imediato ou asfaltamento de qualidade.
Gratuidade
Outro problema que a concessionária está tentando contornar diz respeito à gratuidade de passagens. Luiz Carlos Beato confirmou que, para evitar o cometimento de fraudes, a empresa suspendeu a validade dos cartões magnéticos de usuários com mais de 65 anos; agora, para embarcar, os idosos precisam apresentar, obrigatoriamente, a carteira de identidade: “No último mês de maio a gratuidade passou de 200 mil usuários chegando a 600 mil reais. De um faturamento de 1 milhão e 400 mil, 600 mil reais consomem 41% deste total; qual a empresa de ônibus que aguenta isso? Os idosos estão tendo o trabalho de apresentar a carteira de identidade para evitar a venda e o repasse de passagens a terceiros. Temos o exemplo de um senhor que, em apenas um dia, conseguiu usar um ônibus 29 vezes. Situações como esta acontecem o tempo todo e precisamos coibir esse tipo de coisa”.
Frota

Quanto à renovação da frota, o gerente informou que a nova gestão da empresa deve colocar em circulação 32 ônibus novos num prazo de 60 a 90 dias. Já é possível ver alguns ônibus circulando com pintura diferente. Desconfiados, usuários dizem esperar que não seja apenas uma pintura externa. E que ônibus novos e em boas condições sejam disponibilizados
Outros temas debatidos durante a reunião na FAMOCOL foram a integração de itinerários e a construção de um novo terminal de embarque e desembarque. Por fim, o gerente Luiz Carlos Beato confirmou que a Viação Presidente deverá mudar de nome, mas ainda não há definição sobre a data da mudança, nem como a empresa passará a se chamar.
Integração

A nova direção da Viação Presidente pretende estudar a mudança de local do terminal de embarque e desembarque no canteiro central da Avenida Telésforo, que recebeu críticas desde a sua inauguração. Inclusive no modelo que foi construído o terminal inviabiliza até o sistema de integração. “Não integra nada”, criticou o gerente, para quem a integração precisa funcionar com os ônibus circulando de bairro para o Centro e vice-versa. Estes dois problemas precisam de estudo e investimento alto para serem resolvidos e não devem entrar de imediato na pauta da nova gestão