Embora tenha sido identificado extraoficialmente como prestador de serviço para aplicativo, o motorista que transportou os menores responsáveis por dois assaltos consecutivos em Conselheiro Lafaiete na sexta-feira 02/08 não trabalhava para a Uber, nem para o 99. O esclarecimento foi prestado, em entrevista ao Portal de Notícias Fato Real, por um dos profissionais credenciados pelo Uber na cidade. Marcos Faustino se valeu de argumento simples para negar a suspeita: “Posso afirmar que esta pessoa não é motorista de aplicativo. Isso porque um dos requisitos para ser admitido como motorista de aplicativo, inclusive na Uber, é não ter antecedentes criminais. Pelo que sabemos, essa pessoa já tinha passagem na polícia”.
Segundo Marcos Faustino, o fato causou constrangimento aos motoristas que trabalham com aplicativos em Lafaiete: “Tivemos usuários que perguntaram se era verdade que o motorista que levou os assaltantes era da Uber. A gente afirma que não, mas você sabe como são os boatos: o rastilho de pólvora vai se espalhando e é assim que se criam as fake news e por mais que sejam falsas elas vão se propagando. Alguns passageiros, principalmente senhoras de idade, confessaram que estavam com medo de viajar com a gente”.

Outro fator apontado por Marcos Faustino para provar que o suspeito não é motorista da UBER, é que o carro envolvido na ocorrência era um modelo mais antigo e em má estado de conservação, enquanto os veículos a serviço de aplicativos precisam, obrigatoriamente, ser de modelos mais novos e estar com a manutenção em dia: “Para rodar a serviço da Uber ou da 99, o veículo tem de ter, no máximo, 10 anos de uso. É preciso ser um carro de quatro portas e outras exigências. Portanto, não teria como aquele veículo apreendido estar a serviço da Uber”.
Corridas particulares
O porta-voz dos motoristas que atendem por aplicativos em Lafaiete repetiu o alerta que já havia feito em reportagem anterior, ao ser questionado sobre o grande número de lafaietenses que pedem números de celulares de Uber em redes sócias, principalmente no WhatsApp: Uber e 99 não se responsabilizam por corridas combinadas em contato direto com os motoristas. Segundo o entrevistado, no momento em que o motorista aceita uma corrida particular, isso não tem nada a ver com nenhum dos aplicativos. Assim, nem o motorista, nem o passageiro, estarão protegidos pelo seguro do aplicativo, que cobre até 100 mil reais em caso de acidente ou assalto com roubo de bens.
Outro problema reportado é de motoristas que se apresentam como do Uber e não são. Eles param as pessoas nas portas de supermercados, na rodoviária, em todos os locais de grande movimento. “Depois do convênio firmado com o Município, a Polícia Militar está atenta a isso e punindo quem estiver fazendo essas corridas por fora”, afirmou Marcos Faustino.
Relembre o caso: PM tira de circulação dupla de adolescentes que assaltava no comércio de Lafaiete