Transcorre em clima de tranquilidade, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (16/04), a sessão do Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Conselheiro Lafaiete que julga Caíque Lucas Campos de Miranda, assassino confesso da companheira, Tatiane Katia Gomes (23 anos), morta em junho de 2017, quando estava grávida de seis meses. Parentes e amigos de Tatiane vieram Lamim para acompanhar o julgamento, mas não puderam entrar no fórum portando camisetas, faixas e cartazes com frases pedindo justiça, conforme haviam programado. Todo material foi recolhido por eles diante da impossibilidade da entrada no fórum com eles.
Família
Uma irmã, a mãe e o pai de Tatiane foram ouvidos. O pai, José Sérgio Gomes, descreveu a filha, mais velha de uma família de seis irmãos, como uma jovem ativa e trabalhadora que, com apenas 18 anos, candidatou-se a vereadora pela cidade de Lamim, onde residia e era querida por todos. A pedido de José Sérgio, o réu foi retirado da sala, já que o pai alegava ainda não se sentir preparado para ver o rosto do assassino da filha. Ao final de suas declarações à Justiça, José Sérgio conversou com o Portal de Notícias Fato Real e agradeceu pelas manifestações de solidariedade recebidas de amigos, familiares e da população laminense: “É um conforto saber que todos estão juntos com a gente. É nesta hora que a gente reconhece os amigos verdadeiros. Confio na Justiça e espero que ele seja condenado como merece”.
Caíque
O diretor e uma funcionária da escola onde Caíque dava aulas como professor descreveram o colega como uma pessoa de fácil convívio e amistosa, sem nenhum registro de incidente no seu ambiente de trabalho.
A mesma impressão foi manifestada por parentes do réu. Contudo, familiares confirmaram que Caíque era ocasionalmente acometido por quadros depressivos e, em alguns momentos, procurava refúgio na ingestão de bebidas alcoólicas. Foi relatado episódio em que Caíque teria sido visto visivelmente desorientado, apesar de não apresentar sinais de embriaguez; em tal situação, ele não conseguia se lembrar de onde estava, nem do que fazia. Contudo, mesmo suspeitando que Caíque pudesse desenvolver tendências depressivas e até suicidas, a família via estas crises como acontecimentos esporádicos e não buscou acompanhamento especializado ou uma possível internação.
A sessão do júri foi reaberta há pouco e a sentença deve ser proferida até o final da tarde.