Casa do povo. Espaço democrático. Lugar onde leis e decisões importantes são tomadas. Lugar de respeito. Sede do Poder Legislativo. Quem esteve na Câmara Municipal de conselheiro Lafaiete na noite desta terça-feira 19/02 viu cair por terra, mais uma vez, todas estas definições.
Assim como ocorreu em recentes episódios, a sessão ordinária desta noite foi interrompida. E mais uma vez as cenas registradas pela imprensa que estava lá, por câmeras de segurança e celulares, foram lamentáveis.
A sessão seguia dentro de uma razoável normalidade, mesmo com vereadores sendo interrompidos por manifestações em voz alta de algumas pessoas presentes no plenário, entre elas, o caminhoneiro Wesley Zeferino (conhecido como Wesley Bolsonaro) e parentes do Sr. Rui Pedro Ferreira, que faleceu recentemente após um período de internação na policlínica municipal. A filha do sr.Rui, Alessandra Luciana, disse que tinha ido à Câmara pedir apoio dos vereadores para a situação da saúde pública e uma atitude em relação ao atual secretário municipal de Saúde, Ricardo da Silva Souza.
Inicio de confusão

Quando o vereador Pedro Américo (PT) ainda fazia uso da palavra franca na tribuna, discursando sobre a precariedade da saúde pública no município, no plenário começou uma confusão envolvendo inicialmente Wesley Bolsonaro e Matteo Rinoldi, marido da vereadora Carla Sassi (PSB). Ao ouvir a manifestação em voz alta de Bolsonaro, Rinoldi que estava se retirando do recinto, retornou perguntando a Wesley se estava tudo bem. A partir daí a confusão foi generalizada.

O caminhoneiro alega ter sido chamado para briga pelo empresário. Houve muito bate-boca, empurra-empurra e gritaria. Enquanto a sessão era suspensa, na antessala do plenário o que se viu foram cenas lamentáveis. Amigos de Wesley tentaram intervir na situação e entraram em atrito com funcionários da Câmara, enquanto outra turma tentava afastar os dois homens prestes às vias de fato. Matteo Rinoldi foi levado para uma sala reservada aos vereadores, enquanto os outros envolvidos tiveram informação que não poderiam entrar naquele espaço.

A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao local. As duas partes fizeram acusações mútuas. De um lado uma das envolvidas disse ter sido agredida, enquanto uma funcionária da Casa Legislativa foi ameaçada na presença de testemunhas. A PM registrou um boletim de ocorrência.
Sessão
Com os ânimos mais calmos a sessão retornou minutos depois. O presidente, Fernando Bandeira (PTB) fez um discurso apaziguador, buscando demonstrar os esforços dos vereadores em sair em defesa da população, mas pregando que é preciso entender qual função e o poder que um vereador tem.
Chico Paulo (PT) que estava afastado por problemas de saúde e retornou na sessão desta terça-feira, lamentou toda a confusão e disse que a Câmara já devia ter tomado atitude para que situação como esta não ocorresse.