A Assembleia Legislativa de Minas Gerais está empenhada na elaboração de projetos destinados a aumentar significativamente o rigor na fiscalização sobre as barragens de rejeitos minerais existentes em Minas Gerais, bem como no reforço das leis que regem a questão ambiental. A afirmação é do deputado estadual Glaycon Franco (PV), que presidiu, na legislatura passada, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da casa: “O que nós temos de buscar é o desenvolvimento sustentável, pois sabemos que Minas Gerais depende enormemente da mineração. Portanto, é preciso bom senso e equilíbrio neste momento. Hoje, Minas concentra o terceiro maior PIB da União; se paralisarmos a atividade minerária, cairemos para o 16º lugar. Estamos diante de uma situação extremamente delicada que requer muita prudência e cautela. ”
Glaycon Franco também disse ter conhecimento de que várias coletas de assinatura estão em andamento para instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as condições das barragens existentes no Estado: “Tudo vai ser apurado e os responsáveis devem ser punidos com rigor. Quem tiver de ser preso deve ser preso, mas é preciso cautela para que a atividade minerária continue. Afinal, se ela parar, como vão funcionar Usiminas, Vallourec e Gerdau, por exemplo, que dependem desta matéria-prima? Quando presidia a Comissão de Meio Ambiente, eu sempre dizia que, em Minas Gerais, temos que aprender a conciliar mineração, desenvolvimento sustentável e preservação ambiental. Tenho certeza de que vamos conseguir alcançar esta harmonia, pois Minas Gerais conta com um corpo técnico preparadíssimo e a Assembleia Legislativa dispõe de uma das melhores assessorias técnicas do estado. ”
Por fim, Glaycon Franco prometeu lutar para que a Vale não faça demissões em consequência da catástrofe de Brumadinho. Segundo o deputado estadual, ao contrário de dispensar mão-de-obra, a mineradora deve oferecer suporte às prefeituras das regiões direta ou indiretamente afetadas pela avalanche de lama, atender as famílias atingidas em tudo que for necessário e entrar em acordo com as siderúrgicas e demais mineradoras para que os empregos sejam mantidos, “pois o povo não pode ser punido por uma situação como esta”, concluiu o deputado.