
A saúde foi mais uma vez tema central da reunião ordinária da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete nesta terça-feira 21/06. Alguns vereadores fizeram uso da palavra franca para demonstrar a insatisfação com a falta de soluções para os problemas do setor, que vão desde falta de médicos até a falta de medicamentos básicos para a população. “Fui visitar uma amiga no pronto socorro e saí de lá envergonhado de ser vereador nesta cidade. Foi um momento de terror que vi lá”, disse Erivelton Jayme (Patriota).
O vereador Sandro José dos Santos do PROS questionou a falta dos medicamentos. “Falta pomada, insulina, o básico. Mas tudo bem, parece que já está chegando. Mas eu quero saber porque estão deixando faltar, para ter uma solução. Precisamos entender o problema. Tem uma pessoa trabalhando na distribuição de remédios para os postos? Talvez ela não esteja dando conta, vamos colocar mais. Faz um ano e meio que estamos aqui e não vimos mudança na saúde e isso é vergonhoso”.
“Tem um ano e meio que estou nesta Casa e até agora não vi melhoras. A gente fica indignado. É o povo reclamado, sofrendo nos corredores do pronto socorro”, desabafou Vado Silva.
Hospital Regional

Também foi motivo de debate a construção do hospital regional durante a votação do projeto de lei complementar que trata sobre a retomada das obras. Vereadores se mostraram descrentes sobre a sua conclusão e funcionamento. Foi o caso de Pedro Américo do PT ao falar sobre o imbróglio com a dação do terreno ao estado. “Há sete anos atrás o ex-prefeito veio nesta casa e disse que se aprovarmos como doação, o estado vai pegar e terminar a obra. A gente aprovou e sete anos depois estamos aqui novamente aprovando a doação em pagamento e daqui sete anos outros estarão aqui aprovando outra coisa. Todo mundo quer que o hospital regional funcione mas não está na nossa mão,” explicou.
Aprovado
Apesar do descrédito no processo como um todo e da burocracia, a maioria dos vereadores optou pela aprovação do projeto, que autoriza o município a realizar o pagamento de uma dívida com o estado com a dação do imóvel, onde deverá ser construído o hospital.
Em maio durante visita a Barbacena, Fábio Baccheretti, secretário do estado de Saúde, foi questionado sobre a obra do hospital regional de Lafaiete e informou que faltava a aprovação da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. “Estamos na fase de estadualização do terreno, que faz parte do município. Para que já possamos licitar e retomar as obras. Estamos prontos para emitir um novo processo licitatório e entregar aquele equipamento importante para a região, que vai realmente mudar toda a infraestrutura de atendimento de Lafaiete”, afirmou o secretário que disse que já havia dinheiro em conta para a obra.

Em recente reunião do Consórcio de Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP) o deputado estadual Glaycon Franco (PV) esclareceu a situação da obra e o trabalho desenvolvido junto a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para conclusão do hospital de Lafaiete : “Tem vários hospitais regionais em Minas para serem acabados. E lá atrás nós sabíamos que precisava de força política mas precisava também de recurso novo. E infelizmente, precisou dessa tragédia para que esse recurso novo aparecesse. E precisou também, é bom que se diga, ativamente da participação da Assembleia Legislativa, juntamente com a nossa bancada, para incluirmos o hospital de Conselheiro Lafaiete, entre os seis que vão ser terminados; e outros não vão ser. Queira Deus que não precise mais acontecer outras tragédias, para que a gente possa terminar os outros hospitais regionais”.