A política municipal se acirra em virtude do ano pré-eleitoral e algumas cenas lamentáveis têm circulado nas redes sociais. O fazer político violento, parece persistir em vários lugares, inclusive em nossa cidade, ao menos na maneira de alguns pensarem a política e agirem dentro dela.
É um ranço do qual demoraremos a nos livrar, ao que parece.
Cobrar algum agente público por seus atos dentro de sua atuação no serviço para o qual foi eleito, concursado ou indicado, não é errado. Existem instrumentos legais para isso – inclusive a difusão de reportagens por meio de uma imprensa livre é uma forma comum de fazer tais cobranças quando os instrumentos legais falham.
Errado é querer fazer tal cobrança aos berros, em público, em meio ao constrangimento geral. É, inclusive uma forma de violência que afeta não apenas a pessoa que se pretende “cobrar” – mas todos os que estão em volta porque, nesse mundo incerto, jamais se sabe o que pode vir a acontecer se alguém aparece aos gritos.
É preciso urgentemente que nos demos conta do quão perniciosa é essa violência e o quanto ela atrapalha o que realmente interessa: o fazer político real, que impacta positivamente nas vidas das pessoas porque altera o bem-estar do cidadão de maneira real, desde a rua em que ele mora, passando pelos hospitais públicos de que necessita, até às escolas em que seus filhos estudam e a merenda que comem.
Esse fazer político cerebral, racional, pautado pelo conhecimento, pelas discussões cheias de bons argumentos com foco no bem comum deveria, no momento, ser o foco. Mas não apenas de quem pretende concorrer a algum cargo público – mas até mesmo para o cidadão, maior interessado de que a cidade, estado, país onde mora melhore, cresça e se desenvolva.
Sim, a política bem-feita, ordeira, honesta, consciente, respeitosa – porém, firme e justa – é aquela que produz os melhores efeitos para todos nós, cidadãos.
É claro que o fazer político envolve embates, às vezes duros. Mas esse choque de ideias jamais pode passar a ser choque de punhos – ou de armas.
Apesar de muito comum, especialmente tanto em cidades do interior, quanto em comunidades, a violência política deve passar a ser execrada por nós, perder sua notoriedade, o que causará o esvaziamento das figuras que a comentem.
Porque enquanto houver quem dá cartaz a palhaço, sempre haverá picadeiro para suas palhaçadas. (E nesse caso, por óbvio que seja, esclareço que não me refiro aos comprometidos trabalhadores circenses).
Cresçamos politicamente, Lafaiete. Busquemos com olhar crítico aqueles que podem nos representar com o cérebro e boas ações.
Profa. Érica
@ProfaEricaCL